sábado, 3 de dezembro de 2011

Pele

"A pele que habito", filme de Almodóvar estrelado por Antonio Banderas, numa interpretação impressionante. Lindo a gente já sabe quanto ele é, mas pra mim foi surpreendente vê-lo atuando na pele de um médico com poucos escrúpulos e muito sofrido, convincente. O filme é pura psicanálise. Só que ao inverso.
É o mito da castração ali encenado na telona, bem na frente do espectador. Conta uma história trágica, a do médico e de todos que o cercam. O ambiente é de puro terror. Velado. Suave, sutil. Como no inconsciente que habita a nossa pele, a de cada um de nós. E o mito tá la, se desvenda aos olhos, desvelando-se, transfigurando-se numa aparição real, dentro da tela... Trata-se de amor, sob várias formas, de ódio, idem. De morte, quase sem vida, o fim existente na pulsão que nos indica que direção seguimos, a despeito de qualquer esperança. E a dor. Dor que se realiza, que aparece, não recalcada, não velada, distinta de qualquer tintura, a não ser sangue, que é vida, mas lembra a morte, que é anunciada quase a cada sequência, que espreita calada mas presente. Seria o outro lado da vida, e da psicanálise. É imaginário. A trama analítica se desenvolve na imagem projetada.

Um comentário:

Graça Pereira disse...

Ainda não vi este filme mas...adoro as películas de Pedro Almodovar! Por esta sinopse...irei vê-lo ou alugá-lo em al gum clube de vídeos.
Obrigada pela sugestão.
Votos de BOAS FESTAS de Natal e Ano Novo.
Beijo.
Graça