domingo, 7 de setembro de 2008

Espelho

É impressionante como a minha trajetória se revela espelhada nesse blog, no decorrer das postagens. Quando o iniciei, foi um passo significativo ao longo do caminho que percorria, e que venho compartilhando com os amigos, sob diversas maneiras. Mas observando a ordem dos textos, percebo a evolução de um trajeto cercado por dores, e por flores. Hoje vejo que há muito mais flores, e meus amigos podem ver e compartilhar comigo. Mas nem sempre se mostrou isso. E este blog denota muito bem essa história. Posso então considerá-lo um resumo da minha vida, de um certo período pra cá. Com ausências, onde eu me senti, por vezes, ausente de mim mesma. Com protestos veementes ante a sensação de abandono por parte de pessoas a quem aprendi a amar. Mas sobretudo de êxito. De vitória sobre minha própria dor. Essa é a coisa mais importante que se identifica neste espaço. Quero aproveitar pra agradecer a todos que têm dado sua contribuição nisso tudo, cada um a seu modo, cada pessoa um mundo a enriquecer o meu de alguma forma. Obrigada!

sábado, 6 de setembro de 2008

Mulher também fala

Sacanagem. Mulher também fala. Antigamente, os homens pensavam deter o monopólio sobre o assunto. Mulher decente nem pensava naquilo. Talvez não pensasse, mas gostaria de fazer, com certeza. Mas ninguém se atreveria a perguntar isso a elas. Oh! Seria um ofensivo despudor. Os anos passaram. E hoje a mulher faz, fala e pensa, muito mais do que os homens, muitas delas.
Eu tenho uma amiga que não perde a oportunidade de transformar as coisas mais rotineiras em conversas picantes. E vem com observações sacanas quando você nem tá pensando no assunto ou ele não te inspira aparentemente nada. Esse talento faz dela uma pessoa no mínimo muito divertida... Outra amiga tem a capacidade de fazer dos temas apimentados suas conversas rotineiras, tornando algo outrora emoldurado em aura de exceção tão banal quanto trocar a calcinha.
E, por falar em calcinha, a indumentária também tem sido transformada, ao longo dos tempos, em instrumento de sedução ou de conexão. Explico. A roupa tem várias funções. Uma delas é adornar um corpo bem trajado, ainda que sumariamente. Nesse caso, abusa-se de lingeries para delinear a magia da atração, com promessas de vibrações explosivas.
Há, porém, quem se utilize de trajes e outros artifícios não apenas para completar o impacto do sex-appeal. Conheço quem se mune de um verdadeiro arsenal a fim de facilitar a conexão com o parceiro.
Mas o que considero importante é que as mulheres hoje sabem quem são, o que desejam e declaram isso de todas as formas.
Um brado efusivo a nós, mulheres!

Minha homenagem ao homem mais lindo

Outro dia eu tava no cinema pra assistir O Procurado, que conta com Angelina Jolie no elenco, Morgan Freeman e a performance surpreendente de James McAvoy. Antes do filme começar, sempre tem aquelas propagandas chatas, que, por mais criativas que sejam, são sempre chatas. Afinal quem vai ao cinema quer ver filmes. Então surgiu na telona o trailer do longa Noites de Tormenta, estrelando nada mais, nada menos, do que o homem mais lindo do mundo, Richard Gere.
Gente! Existe coisa mais gostosa do que o Richard Gere? Com certeza, ele é produto de forma única, e muito bem elaborada. Vamos a uma análise racional da beleza daquele homem maravilhoso. Não sei se os olhos, a boca, ou o rosto todo. E o corpo? O corpo, bem... Quem assistiu Gigolô Americano sabe que aquele corpinho foi esculpido à perfeição. E os anos só fizeram aprimorar, se bem que isso pareceria impossível!
A voz. O jeito doce e sexy ao mesmo tempo! Qual mulher não enlouqueceria na sua presença? Bem, acho que nenhuma. Mas, pra maioria das mortais, temos que nos contentar com mais uma aparição em tela grande (a tela, meninas) e disputar a tapas um lugar na fila do gargarejo, pra se sentir um pouco como se estivesse diante daquilo tudo, em carne, osso e o resto. E deixar rolar a imaginação...

Chuva de meteoros

Antes era como se eu vivesse sob uma chuva de meteoros. Eu, um frágil e mínimo asteróide, outrora um cometa reluzente, vagava pelo espaço sideral, a esmo, sem um sistema solar em que eu pudesse me solidarizar, me integrar, pertencer. E o universo parecia denso e escuro. Eu não podia ver mas os meteoros irrompiam numa velocidade alucinante, lancinante, me tornando ainda mais indefesa, frágil e completamente vulnerabilizada por uma realidade atroz, aparentemente inexorável...
Um dia, um outro cometa veio ao meu encontro, não numa trombada violenta e destrutiva, mas com uma voz serena e calorosa me encaminhou e disse que os meteoros eram apressados mas não perigosos. Apenas estavam perdidos como eu mas não sabiam que precisavam de companhia... Desconheciam suas fragilidades, ignoravam suas emoções, mas que, se eu os observasse, poderia passar por eles e não ser atingida, e que, mais um passo, havia uma constelação de estrelas ainda brilhantes com quem eu poderia me relacionar. E não era um buraco negro o meu destino, mas uma vibrante luz, de amor e de paz.