sábado, 6 de setembro de 2008

Chuva de meteoros

Antes era como se eu vivesse sob uma chuva de meteoros. Eu, um frágil e mínimo asteróide, outrora um cometa reluzente, vagava pelo espaço sideral, a esmo, sem um sistema solar em que eu pudesse me solidarizar, me integrar, pertencer. E o universo parecia denso e escuro. Eu não podia ver mas os meteoros irrompiam numa velocidade alucinante, lancinante, me tornando ainda mais indefesa, frágil e completamente vulnerabilizada por uma realidade atroz, aparentemente inexorável...
Um dia, um outro cometa veio ao meu encontro, não numa trombada violenta e destrutiva, mas com uma voz serena e calorosa me encaminhou e disse que os meteoros eram apressados mas não perigosos. Apenas estavam perdidos como eu mas não sabiam que precisavam de companhia... Desconheciam suas fragilidades, ignoravam suas emoções, mas que, se eu os observasse, poderia passar por eles e não ser atingida, e que, mais um passo, havia uma constelação de estrelas ainda brilhantes com quem eu poderia me relacionar. E não era um buraco negro o meu destino, mas uma vibrante luz, de amor e de paz.

Um comentário:

Gabriela Melo disse...

Gostei do texto! É uma iteressante metáfora. Que bom que você agora descobriu novamente que pode se relacionar com as pessoas.

Beijos.