domingo, 11 de maio de 2008

Noites de terror...

Quando eu era bem pequena, via monstros de baixo da minha cama. Não os via propriamente, mas ouvia, sentia, sabia que estavam lá. Hoje os monstros são outros. Na escuridão da noite, eles vêm me assombrar, e eu preciso enfrentá-los. Tenho de encarar meus monstros.
E eles têm nomes. A solidão, o medo do desamparo, o vazio da existência, as perdas. Nomes de monstros. E não têm mais hora para chegar, chegam a qualquer hora e em qualquer lugar. Não pedem licença, não querem ir embora. Apenas assombram e assombram...
Às vezes a vida parece mistério, um filme de suspense, num parque de diversões... As nuvens sombrias transcendem o dia e parecem não querer permitir que a gente vislumbre o sol. As dores, aliadas eternas dos monstros noturnos, insistem em tingir nossas paredes com tons indefinivelmente escuros, sombrios, noite e dia misturados às pessoas taciturnas e vagueantes que trafegam sem rumo e sem emoção...
Noite. Dia. Dia e noite. A vida não é tão em preto e branco. Existem os tons de cinza. E existem também outras cores.
Flor. Sol. A vida também pode ser Primavera.

2 comentários:

Gabriela Melo disse...

Muito interessante o texto! Embora eu não me lembre dos meus monstros de quando eu era criança, acho que nem mesmo os tive...

Gostei principalmente dessa parte aqui:
"A vida não é tão em preto e branco. Existem os tons de cinza. E existem também outras cores".
É realmente uma verdade.

clabrazil disse...

Edna, querida.

A diferença é que quando se é criança, basta fechar os olhos ou acender a luz que os monstros desaparecem.

Beijos,
Cla