quinta-feira, 8 de maio de 2008

..."Está, dessa maneira, garantido o estatuto ético: afirmar a vida, afirmar uma vida não depende do conhecimento, a rigor, das coisas do mundo. Afirmar uma vida é inventar uma nova subjetividade que abandone dualismos como sujeito/objeto e leve em conta o jogo de forças do acaso, mesmo que esse jogo seja doloroso: é preciso rir da dor! Entendendo a filosofia como uma teoria das multiplicidades e fugindo de falsos dualismos, é possível escapar dos valores metafísicos universais da representação a subordinar o tempo ao movimento, a encurralar a diferença em nome da identidade. A filosofia como uma teoria das multiplicidades enseja um duplo postulado. Um postulado ético: uma vida e... (nada mais). E um postulado ontológico: uma vida é... (pura intensidade). Uma vida em seus múltiplos acontecimentos singulares e uma vida a afirmar irrestritamente todo o acaso.
...Uma vida é toda ela feita de virtualidades, ela é um feixe de virtualidades, de acontecimentos e de singularidades: o virtual é atual, mas também real. Os acontecimentos de uma vida se singularizam em estado de coisas, mas uma vida não é um estado de coisas, pois ela é atualizada, expandida. O próprio plano de imanência, ao produzir um corte no caos, instaura a virtualidade. O plano de imanência é também virtual..." ...

(JORGE VASCONCELLOS - Professor de Filosofia, acerca da filosofia deleuziana - Revista Mente, Cérebro & Folosofia.

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